A sempre jovem Tabela Periódica comemora seu ano em 2019
O mapa de eventos comemorativos dos 150 anos da Tabela Periódica, no web site da UNESCO, órgão da ONU para educação, ciência e cultura, é um registro fascinante da importância atribuída a essa conquista científica. Da China ao Peru, da Índia à Irlanda, do Canadá ao Uruguai, passando pelo Brasil, centenas de instituições em todo o mundo exibem suas homenagens a esse marco do processo evolutivo da ciência.
Mostra pedagógica em Tucumán, Argentina. Fonte: IYPT2019.
Elementos conectam a química à biodiversidade
A iniciativa que estabeleceu 2019 como o Ano Internacional da Tabela Periódica (IYPT2019) teve o apoio não apenas da IUPAC, International Union of Pure and Applied Chemistry, mas também de entidades congêneres das áreas de Física, de Ciências Moleculares, de Astronomia e de História e Filosofia da Ciência e Tecnologia.
Mantendo a essência do pensamento científico, sempre em evolução, a Tabela Periódica ao longo desse tempo foi também inspiradora de outros modelos de tabelas construídos para objetivos específicos.
Esse universo de signos aparentemente desconectados revela também a diversidade química da natureza. O carbono é o principal bloco construtor das substâncias orgânicas responsáveis pela espetacular diversidade química das plantas, microrganismos e organismos marinhos. Eles compõem nosso habitat e, em muitos casos, se apresentam como respostas funcionais para o ser humano, por exemplo, na forma de medicamentos. Oxigênio, nitrogênio e, em muitos casos, os halogênios ornamentam essas complexas estruturas químicas, traduzindo uma biodiversidade de inestimável valor para a humanidade.
Grande tabela periódica (14m x 7m) montada em Belo Horizonte (MG). Fonte: IYPT2019.
A Tabela Periódica e a ponte para a produção cultural
Um dos desdobramentos dessa base é a Tabela Periódica de Elementos no Oceano, feita pelo instituto de pesquisa oceanográfica Monterey Bay Aquarium, da Califórnia. A tabela fornece a concentração média, o tempo de permanência no oceano e, quando possível, um perfil dos elementos químicos nos oceanos Atlântico e Pacífico.
Outra é o modelo de tabela periódica de nichos ecológicos que, de forma similar à tabela dos elementos químicos, ordena os componentes por uma combinação de número atômico, configuração dos elétrons e certas propriedades químicas. Os nichos definem como as espécies vivem, se reproduzem e interagem com outros organismos e seus ambientes. A ideia foi aplicada por ecologistas ao estudo dos nichos ecológicos dos lagartos.
Ao mesmo tempo, a Tabela Periódica pode ser vista como um componente da produção cultural humana e assim estabelecer relações com outros campos de criação ou conhecimento. É o que fez a Exposição “Um quimiscritor no museu: ciência, literatura e direitos humanos com Primo Levi” realizada no centro de ciências vinculado à UNESP de Araraquara. A exposição traz a obra do químico e escritor italiano Primo Levi, cujo livro “Tabela Periódica” funde conhecimentos de química com suas experiências de vida marcadas pela trágica permanência durante um ano em um campo de concentração na Alemanha.
Veja e divulgue o vídeo institucional do INCT BioNat
O vídeo produzido pelo INCT BioNat foi concebido com o propósito de levar à sociedade informações sobre o trabalho dos pesquisadores do grupo. Ao lado das imagens do cotidiano dos laboratórios, ele traduz conceitos e explicações sobre a importância dessa pesquisa e como ela está relacionada com a vida das pessoas. O trabalho pode ser considerado uma obra colaborativa porque grande parte foi elaborada com vídeos realizados pelos próprios integrantes do INCT para o concurso que fizemos em agosto. Participe da divulgação.
