No dia de hoje, 22 de maio, celebramos o Dia Internacional da Biodiversidade. Nunca foi tão importante discutir as riquezas naturais do planeta e sua conversação nesse momento de pandemia causada pelo coronavírus. A importância da biodiversidade para a dinâmica das relações ecológicas e sociais existentes entre as espécies, incluindo nós humanos, assume proporções cada vez maiores.
As questões e discussões sobre tema tão importante devem nortear não apenas o universo de cientistas e pesquisadores que estudam a riqueza incrivelmente fascinante da biodiversidade mas ser uma chamada a um posicionamento de todos os seguimentos sociais sobre o que representa a biodiversidade para a interação dos organismos – planta/planta, animais/animais, microrganismos/microrganismos, planta/microrganismos/animais, numa perfeita sintonia que chamamos de Biota, nas mudanças climáticas, índices pluviométricos, desertificação, etc.
O Brasil, possuindo uma das mais ricas biodiversidades do mundo, tem grande potencial de se transformar numa referência mundial para pesquisas sobre organismos de ambientes tropicais, ainda com muitas lacunas de estudos sobre os vários tipos de biomas, e em especial sobre as áreas de interfaces de vários tipos de ecossistemas, conhecidos como ecótonos, em que há uma explosão de biodiversidade e, portanto, de substâncias do metabolismo secundário – os produtos naturais. São os produtos naturais importantes para o equilíbrio da natureza, já que que fazem parte do fantástico laboratório molecular vital a regulação, adaptação, proteção dos organismos que constituem a biodiversidade. Os produtos originados das nossas riquezas naturais são também substâncias de alto valor agregado, hoje em alta, dado ao foco dos grandes mercados em bioeconomia. Assim, biodiversidade, num mundo moldado pela bioeconomia passa a ter valor além do já prognosticado pelo conhecimento científico, devido ao enorme potencial de mercado. Desta forma grupos empresariais de países centrais e em desenvolvimento (L’Oréal, Symrise, Bayer Health Care, Aldívia, Veleda, Cooperasión Alemana, GIZ, Developing Bank of Latino America, United Nations – UNCTAD, EXPANSCIENCE) vêm investindo em pesquisas de opinião pública, desde 2018. A Union for Ethical BioTrade – UEBT é uma empresa sem fins lucrativos que vem realizando pesquisa em todo o mundo sobre o nível de consciência e de percepção da sociedade sobre a biodiversidade e sobre o abastecimento ético de bioprodutos em 16 países. Desde o início das pesquisas, há 8 anos passado, cerca 60.000 pessoas e centenas de empresas foram questionadas sobre muitos aspectos importantes relacionados a biodiversidade e a bioeconomia. Obviamente, os produtos naturais estão em inúmeras inovações radicais e incrementais e impulsionam uma economia milionária nos países centrais, especial destaque aos da comunidade europeia
Portanto, celebrar o dia Internacional da Biodiversidade é muito importante para todos nós e em especial para todos os participantes do INCT BioNat que temos no objeto principal de trabalho a riqueza molecular da biodiversidade. O conhecimento gerado, além de rico, pode viabilizar o desenvolvimento tecnológico de bioprodutos da nossa biodiversidade e quem sabe possamos sonhar com a participação do setor industrial qualificado, capaz de gerar inovação sustentável em bioprodutos de alto valor agregado.
A Coordenação
